Hoje um querido amigo, que escreve muito bem, foi motivo de inspiração e reflexão para mim. A maioria das pessoas não gosta mais de ler hoje em dia. Eu gosto e muito. E de escrever também.
Ilustração R o b e r t o M a r g o s i |
Percebo uma mudança brutal de comportamento entre as gerações (que obviamente sempre mudaram, mas não tão rápido como hoje).
A busca por liberdade da minha geração resultou em muita libertinagem da atual. E aumento da agressividade também.
Não se aprecia mais arte com os olhos, não se suspira mais vendo a beleza do mar, e não se deleita com os detalhes de um livro e imagens que se formam no nosso cérebro a partir dele.
Um exemplo: tenho reparado em minhas viagens que as pessoas chegam, se posicionam, fazem "selfies" com o mar às costas e vão-se embora. Depois postam e se intitulam "influencers" nas redes sociais.
Minha geração sempre pregou que tínhamos que nos amar e nos autovalorizar, deixarmos de ser dependentes da opinião alheia. Então ao buscar isso, instalou-se a era do superego absoluto, ignorando-se o id e o ego propriamente ditos. (psicólogos entenderão).
É a era mais hedonística e a mais sofrida internamente. A decepção em não atender aos "requisitos" do "ser ou não ser", ou melhor " tentar ser e não conseguir" leva as pessoas a contrairem inúmeras patias psicológicas, transtornos de personalidade diversos com várias e múltiplas siglas e infelicidade interna muito grande.
Talvez estejamos diante de uma nova síndrome: a de carência de protagonismo.
Laboratórios estão adorando isso pois a venda de medicamentos para essas psicopatias se quintuplicou nas últimas décadas.
As pessoas estão enxergando nas redes sociais uma válvula de escape, mostrando, muitas vezes, realidades que não existem.
Vir nas redes sociais brigar e discutir por bobagem por trás de uma telinha virou o bálsamo e o tônico preferido dessas pessoas.
E o pior, notícias mostram pessoas se relacionando com Inteligências Artificiais sem precedentes ou limites, houve até caso de adolescente se apaixonar por IA e se suicidar por conta disso.
Sinto muita dificuldade em viver atualmente, o que me salva é a natureza, com suas florestas, praias, passarinhos e a minha quase solidão de mim comigo mesmo. Ou, melhor dizendo, solitude. 👉(leia sobre aqui)👈
Mas sempre tem café pra amenizar meus pensamentos sombrios. 







E vou fazer um enquanto leio e releio, de forma deliciosa, os textos do meu amigo Nelson Barros.
Ele é um ser iluminado. Possui a luz do saber dentro dele e a faz emanar aos seus ávidos leitores com muita leveza e propriedade.
OBS: Nada contra as redes sociais, selfies, desde que usadas com moderação.