A casa
Sou uma casa. Não tenho muros ...
Mas não gosto que ninguém pise meu jardim e espante minhas borboletas e passarinhos.
Aqui dobra o vento, mas eu resisto. Insisto e não lamento ...
Não tenho janelas. Recebo luz por entre as frestas...
Às vezes gotas de chuvas escorrem pelo telhado,
Mas no dia seguinte um raio de sol as faz secarem...
Eu guardo tesouros invisíveis.
Não são pra dividir, nem pra iludir...
Mas uma coisa é certa. Deixo uma porta entreaberta...
Um dia há de subir os degraus alguém de bom coração,
Deixará um pouco do seu melhor e levará um pouco da minha razão...
Mas se for trazer sofrência, melhor nem vir. Vá-se embora, e
Por favor, distancie-se de vez da minha querência!
(foto e texto by Silvia Faustino Linhares)
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