quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

30 DEZ 2020 - Reflexão de fim de ano

Fim de ano... como sempre, costumo fazer uma reflexão, não que eu não reflita todos os dias, mas gosto de finalizar o ano com um pouco dos meus pensamentos transformados em palavras.

All rights reserved. 

Finalmente chegamos ao fim de *2020*, um ano que parecia que ia ser tão bonito, tão cheio de magia, de acontecimentos, amores e aventuras, mas que de uma forma não esperada, nem tampouco desejada, transformou-se num ano cheio de tragédias e pesadelos.

Em março, após realizar a viagem dos meus sonhos, chego em casa e sou surpreendida com a triste notícia da pandemia. Desde então, passei parte do meu tempo trancada nesse apartamento, com uma escapadinha ou outra para não surtar... Se um pouco antes me falassem que isso ia acontecer, teria rido e achado surreal.

Eu vou lembrar sempre deste ano como um ano de perdas. Para alguns perdas insuperáveis, irreparáveis, para outros, perdas de menor tamanho, mas sempre perdas. Por vezes o que mais me doeu foi perder a fé no ser humano e em alguns momentos até a própria vontade de viver nesse planeta.

Mas cá entre nós, eu sempre fui uma sujeitinha estranha. Na maior parte do tempo tento ser empática, sensível ao sentimento do outro, bem humorada, verdadeira, mas sinto que não me encaixo muito bem nesse mundo de aparências, de fachadas, de máscaras... Mas tive que me adaptar, e olha que não foi só um modelo de máscara que experimentei. 

* Sobre máscaras: a maioria ganhei ou adquiri, fosse para ajudar a renda de um grupo de costureiras, ou para tentar ficar mais protegida e confortável. A maior aquisição foi a transparente, que me permite sorrir e usar batom. (coisas que mulheres entenderão) kkkkkk

vários modelos, cores e formatos

máscara e batom combinando 

Enfim, pelo menos na solidão da minha casa, não tenho que usar máscara de nenhum tipo. Ah! Antes que me perguntem, eu não tenho nem nunca tive medo da solidão. Algumas vezes eu até gosto muito dela. Sou daquelas que fala pelos cotovelos, mas que convive bem sozinha com o próprio mundo interior. Com certeza isso evita muitos dissabores e decepções. Mesmo assim, adoro gente, gente de alma boa, de energia pra cima, que gosta de passear, de prosear, de rir solto, tomar café, de uma geladinha ... Enfim, gosto de gente que gosta de mim, do jeito que eu sou, porque eu nunca fui um ser comum. Nem meu ambiente é. Minha casa é meu santuário e a natureza meu templo. Eu sou o que sou e pronto. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

11 DEZ 2020 - Um Bilhete Com Asas

Hoje o texto não foi feito por mim, mas foi feito para mim! E por uma pessoa muito especial e querida: Nelson Barros.

Tomei a liberdade de buscar uma foto na web de um chão forrado de flores de jambeiro "fúcsia". Mas um dia, na próxima florada do jambeiro do Casa dos Meninos Passarinhos, estarei lá para registrar in loco e substituir essa. 

Flores de jambeiro (Syzygium jambos) caídas sobre o chão, formando um grande manto cor-de-rosa
autor: Luan Faitanin Volpato (Wikimedia Commons)

Nelson é um amigo virtual e meu escritor preferido, parece que ele escreve com palavras que habitam a minha mente e o meu coração. Seus textos me fazem viajar voando pelo mundo, sem tirar os pés do chão. As cenas que ele tão bem descreve desfilam pelos meus olhos fechados como num sonho. 

Pura delícia poder virar a manhã dessa sexta-feira lendo este "bilhete" dele postado pra mim quase na hora do almoço. A "manteiga" aqui escorreu pelo chão... derreti inteira. 

Um dia essa casa dos "Meninos Passarinhos" irá receber essa passarinheira aqui. Irei pendurar um quadro de uma das minhas fotos preferidas de passarinhos em suas paredes. Essa amizade que nasceu na web irá um dia nos permitir sentar na varanda e comemorar muito, com muitos abraços, carinho, cerveja geladinha e muita conversa boa e boba, jogada fora. 🐤🐣🐥

Algumas fotos gentilmente enviadas pelo Nelson para compor este post, mostrando a casa na praia do Sagi no Rio Grande do Norte.

O Sagi é aqui (foto by Nelson Barros)

Mas chega de blá-blá-blá e vamos ao texto do Nelson:

Um Bilhete Com Asas (por Nelson Barros)

"Menina passarinho,
Faz tempo que eu queria te contar essa história.
Quando a gente decidiu construir a casinha do Sagi, eu tinha visto um filme, muito bom por sinal, que se passava no México e onde as casas tinham nomes, ao invés de números.
Era sobre Frida Kahlo e o nome da casa era “La Casa Azul”, que foi onde nasceu e morreu e que hoje funciona como museu.
Bonito, não ?