sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

27 DEZ 2019 - As oportunidades, o medo e as superações.

Original escrita dia 27/12/2019 e não publicada no meu perfil do Facebook

As oportunidades, o medo e as superações.
  

Foto by Silvia Faustino Linhares feita na Estação Ecológica de Caetetus (Gália/SP)

Silvia, Silvinha, Silvião, Silvícola, Silivia, Sil, Si, Silcris, Sissi, Siprin, Fofolete
, sim essas todas sou Eu, conforme algumas pessoas costumam me chamar. “Euzinha” sem mistérios, um ser humano como qualquer outro. Que nasceu, cresceu, amadureceu e um dia dirá adeus, porque isso é mais certo que relógio suíço.

Como toda pessoa tenho sonhos e sinto muito orgulho das minhas conquistas. Mas também tenho meus medos, minhas vergonhas, esquisitices e sandices. Metade do meu tempo passo buscando passarinhos e a outra metade tentando me superar. Mas eu sou normal, tá?

Todo final de ano consigo parar e refletir um pouco sobre tudo que aconteceu durante os últimos mais de meio milhão de minutos da minha vida (1 ano= 525.600 minutos). O meu 2019 foi intenso. Sofri uma perda irreparável e dolorosa. Em compensação, pude estar próxima e abraçar muitos dos meus queridos amigos, ganhei muitos novos, que agora moram no meu coração também. Viajei muito, dei muitas gargalhadas, vi muitas aves, bichos, flores e lugares lindos. Mas nunca deixei de sentir alguns medos. Você deve estar se perguntando: como assim? Você com medo? Quais medos seriam? De avião? Onça? Cobra? Jamais.

Sim, eu sou uma pessoa medrosa e ao mesmo tempo um bocado corajosa. Que ambiguidade! (kkkkk) É porque eu busco enfrentar meus medos, nem que eu tenha que me arrastar e dar alguns tapas nos meus neurônios pra isso (kkkkkkkk)

Bem,... supero alguns, mas não todos. Saltar de paraquedas, nem pensar. Caverna fechada, já estou sem respirar aqui só de imaginar. Dentista, só de lembrar do barulho do motorzinho, já dá vontade de sair correndo. Nadar em águas profundas, jamais. Mergulhar, só se for na banheira, no máximo uma piscina que dá pé (kkkkkkkk). Beijar na boca um moçoilo que acabei de conhecer, quisera eu, nessas horas eu fico suando, vermelha, roxa e pronta pro desmaio. (kkkkkkkkkkkkkk)

Mas porque sou assim? Sou um ser calculista de nascença, embora não tenha a mínima habilidade com matemática, física e química. Acho que é porque nasci sob o signo de Virgem. Dizem que somos analíticos. 

Mas voltando aos medos. Há perigos reais e imaginários. O medo gera adrenalina e atitude de autopreservação. A gente tem que saber diferenciar direitinho e ter uma clara noção de onde está se metendo. Mas nem todos os medos envolvem grandes riscos, é só medo mesmo. Aí não é difícil superar.

Exceto o beijo. Ah! Esse é complicado. Porque o beijo é sagrado. O beijo é um ato de entrega da alma por meio do corpo. É a porta de entrada para o coração. Pode te fazer alternar entre flutuar no céu ou padecer no inferno. É sempre de alto risco. Esse é o medo que mais me dá medo. (kkkkkkk) Às vezes a oportunidade de dar esse beijo aparece, mas deixamos pra depois, um depois que pode nem existir. Essa é a parte triste.

Mas sou assim. Espero o tempo que for preciso pra esse beijo acontecer de forma mágica. E quando isso acontecer, tem que embebedar a alma e “abestalhar” o coração ... tem que ser um momento de pura paz, entrega, desejo e sublimação ... Esse beijo deverá te conduzir aos portais do paraíso. Deverá liberar endorfinas que garantirão leveza, alegria e bem estar, favorecendo o aparelho circulatório, o aumento dos batimentos cardíacos e a farra das borboletinhas na barriga.

Para enfrentar a turbulência de um mar revolto é preciso deixar a zona de conforto do porto e sair navegar. Com o beijo isso acontece também, mas é pior. De um momento para o outro, ele te leva de uma indescritível calmaria para uma turbilhão total. Ele pode te deixar sereno, esvoaçante ou te transformar em escravo das saudades, te fazendo sucumbir desidratado por conta das lágrimas derramadas. (kkkkkkkkk) haja cerveja pra compensar.

Beijar é muito envolvente. Porém nem sempre o beijo acontece, ou porque não é hora (Silvia, beijo tem hora pra acontecer? Sim, tem que ser na “hora certa”), ou porque está fora de contexto ou porque não tem correspondência. O beijo exige presença. Ausência não beija. Emoji é intenção de beijo, mas não é beijo. Beijo é beijo. Mas não o reduza a uma simples "justaposição dos músculos orbiculares de duas aberturas bucais em estado de contração".

Repito: o beijo é sagrado! O beijo é poderoso!

A união de duas almas se faz por meio de um processo que se inicia com a troca de olhares, com um toque de carinho, um abraço apertado. E se termina num beijo, ui, aí já era. A interrupção desse processo pode causar estragos maiores que um tsunami. Pessoas não são bonecas de pano. Tem sentimentos. Um beijo tem tanto poder, que estou a horas pensando nos beijos que dei, não qualquer beijo, mas aquele que temperou uma despedida e deixou promessas no ar. Aquele que até hoje me desespera quando eu tento dormir para com ele sonhar e não consigo.

Ah! Beijo! Você deve ser o melhor amigo do Tempo. Juntos cometem muitas crueldades, como por exemplo, me deixar aqui plantada no meio da noite morrendo de saudades.

Mas é assim mesmo. O latim registra três palavras para definir os tipos de beijo: 𝘰𝘴𝘤𝘶𝘭𝘶𝘮 é aquele beijo solene na face; 𝘣𝘢𝘴𝘪𝘶𝘮 é o apaixonado, que se dá na boca; e 𝘴𝘶𝘢𝘷𝘪𝘶𝘮, o beijo doce, leve e terno.

Então que 2020 traga a todos nós muitos beijos, de todos os tipos. Porque, por trás de um beijo está sempre um coração cheio de amor. E que o próximo ano seja de muito mais amor, muita paz, mais tolerância, mais alegrias e muita gratidão. Ah! Já ia esquecendo: e 𝗠𝗨𝗜𝗧𝗢𝗦 𝗣𝗔𝗦𝗦𝗔𝗥𝗜𝗡𝗛𝗢𝗦.

Pronto, é isso!

(Foto e texto by Silvia Faustino Linhares) 

Uma música bem suave para acompanhar a leitura
Sixpence None The Richer - Kiss Me








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domingo, 15 de dezembro de 2019

15 DEZ 2019 - Nadar contra a corrente

Original escrita dia 15/12/2019 e publicada no perfil do meu Facebook no mesmo dia

Nadar contra a corrente (leiam o texto para entender a foto)


Foto by Silvia Linhares 

Estava eu agora tratando milhares de fotos que produzi no Chile junto com a amiga Claudia Brasileiro e os novos amigos chilenos e fiquei refletindo sobre as imagens que estavam passando na tela na frente dos meus olhos.

Nesse momento desfilam quase 500 fotos dos patos de los torrentes ou "Merganetta armata". Foi um dos momentos mais "tops" do nosso passeio "passarinhístico". Era um casal de patinhos maravilhosos. Eles são pequeninos e seu habitat é sempre um rio com muita correnteza. Os dois possuíam uma força enorme e nadavam pra cima e pra baixo, dominando aquele ambiente de muita turbulência. De vez em quando pousavam numa pedra e se buscavam. Em certo momento nadaram juntos e subiram nas pedras, fazendo um lindo display. Tal foi minha emoção, que sequer prestei atenção no foco da lente e não consegui a foto dos meus sonhos. Eu poderia "cropar" as fotos um pouco mais para mostrar única e exclusivamente a beleza dos anatídeos, mas a força das correntes é tão "absurda" que preferi mostrar a foto como ela foi capturada.

Na hora eu me vi cheia de lágrimas e me afastei dos meus dois amigos e fiquei refletindo sozinha, sentada numa pedra, enquanto observava e fotografava os bichinhos por outro ângulo.

Pensei com meus botões (os da câmera kkkkkkkk): a vida é uma grande correnteza, sempre em movimento, nem sempre ordenados. Nem sempre suaves. Ela nos arrasta por milhares de turbilhões. Somos pequenos como os patinhos, mas somos dotados de força descomunal pra sobreviver neste lindo leito de pedras e águas turbulentas que nos cerca.

Temos muito mais poder do que imaginamos, nadar contra a corrente é um deles. Mas falta-nos um super mega hiper poder: o de controlar o tempo

Deixamos muitas coisas para depois, depois que pode nem mesmo existir. Lotamos a agenda de compromissos, traçamos milhares de objetivos, estamos sempre super ocupados. Sempre correndo contra o turbilhão do tempo. 

Deixamos de lado as coisas mais simples da vida, como observar o que está ao nosso redor. Deixamos de amar e demonstrar mais o que temos no coração, de aproveitar mais, de se arriscar mais, de sonhar mais. Talvez devêssemos esperar menos, se programar somente para o estritamente necessário e deixar a correnteza nos levar e buscar acertar nas opções daquilo que realmente vale a pena.

Nem que vivêssemos mil anos teríamos tempo pra tudo. Imaginem se nossa vida acabasse amanhã, ou mesmo hoje. Então tracei um conselho para mim mesma: ame, faça, viva, hoje e agora, sem inventar problemas ou mesmo se importar tanto com eles.

As pedras sempre se sobressairão nas águas turbulentas e vão servir de repouso para os pés e corpo cansado. E de cima delas poderemos apreciar mais vezes o nascer e por do sol, da lua e das estrelas.

Deixo abaixo um clipe dos Titãs com a música Epitáfio, cuja letra fala muito pra mim neste momento.

(foto e texto by Silvia Faustino Linhares)




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terça-feira, 26 de novembro de 2019

26 NOV 2019 - Onde andará o seu sorriso?

Original escrita após chegar de Alter do Chão, dia 25/11 e publicada no meu perfil do Facebook no dia 26/11/2019

Onde andará o seu sorriso? 

Dias e dias se alternando entre matas, passarinhos, rios, lagos, areias, por do sol, estrelas, música, magia, alegrias, amigos e muitos risos, só podiam trazer inspiração e saudades nessa minha cabecinha tão cheia de sonhos. Algumas palavras acabaram transbordando e viraram o seguinte poema ...

"Onde andará o seu sorriso? 

Aquele que se desenhava no seu rosto sem um motivo aparente, sempre leve, espontâneo, esbanjando euforia, prazer e verdadeiros sentimentos.

Um sorriso que desconhecia a vergonha, que se mostrava intenso, capaz de derrubar até um muro. Não qualquer muro, mas o meu ... isso eu juro!

Fecho meus olhos quando lembro desse riso feliz, que um dia acalmou meus tormentos, aparou a minha dor, fez a minha alma se iluminar e desejar viver grandes momentos.

Você, ser iluminado, muito mais do que um amigo, um querido. Um dia você entrou na minha vida sem qualquer aviso, aproximou-se com sentimentos imprecisos, fazendo meu coração se enroscar, indeciso.

Impossível não ter na memória o seu sorriso límpido, gargalhado, que junto com seu doce olhar, esteve comigo até o dia de ir chegar. E veio o abraço de despedida, tão apertado, tão espremido, tão atrapalhado, tão ... você comigo.

Pergunto de novo, onde andará seu sorriso? A resposta chega num sussurro quase mudo, pedindo um pouco de resiliência e um bocadinho de paciência.

Se voltar, entre sem bater, me desconecte, me desconcerte, me desconcentre, mas por favor, traga de volta o seu sorriso e com ele o meu chão e a paz de volta para o meu coração.

(foto e texto by Silvia Faustino Linhares)


Foto feita na praia de Ponta de Pedras em Alter do Chão 








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quarta-feira, 6 de novembro de 2019

06 NOV 2019 - As saudades vestem óculos cor de rosa

Original escrita na hora que acordei no dia 06/11/2019 e publicada no Facebook no mesmo dia

Textão de hoje: As saudades vestem óculos cor de rosa 🌸👓💌😍

As saudades doem. É uma dor esquisita. Doce e melancólica. É como se uma agulha fina fosse sendo enfiada na alma bem lentamente. Forma um nó na garganta, aperta o peito e enche os olhos de água.

Apesar dessa dor ser tão pungente, eu sou grata por ter uma memória tão rica e cheia de detalhes pra me lembrar e muitas histórias pra contar.

A maior saudade que sinto é dos meus pais e avós, que já se foram desta vida, deixando um grande legado e muitas histórias de amor pra moldar aquilo que sou.

Sinto falta também dos animaizinhos amados que perdi, do resto da minha família, que mora longe, dos amigos que não estão mais por perto e dos que estão, mas não dispõem de tempo.

Tenho saudades dos lugares que já fui, da minha infância, dos amores que tive, enfim, até de mim mesma.

Quando alguns detalhes fogem da memória tenho guardados álbuns e mais álbuns de fotografias em papel ou digital, além de infindáveis cadernos de anotações diárias. Sim eu escrevo no diário desde a mais tenra meninice. Até hoje, sim senhor. Só mudou de papel pra digital.

Às vezes me pego a lembrar de alguma coisa específica. Porque o que não me falta é assunto pra lembrar. kkkkkkkk

Essa semana foi dedicada aos amores que tive nos últimos trinta anos. Confesso que os olhos embargaram e a mente se emaranhou com tantas histórias complexas.

Pessoas incríveis atravessaram meu caminho. A maioria eu não sei mais nem por onde anda ou se hoje são felizes ou não. Eu confesso que estou bem e feliz com as escolhas que fiz ou fui obrigada a fazer. Porque nem sempre depende só da gente.

Às vezes imagino como seria minha vida se eu ainda estivesse ao lado de alguns desses amores. Ou então me pego a comparar os padrões do meu comportamento ontem com os de hoje. Vejo que continuo uma boba romântica e cometendo os mesmos erros.

Seriam erros? Não! Pessoas cheias de amor no coração não erram, apenas agem por impulso quando não deveriam ou permanecem inertes no momento que deveriam agir.

Fazem tudo sem pensar direito, dominadas pelo impulso de um pulso exageradamente acelerado. Tropeçam nos seus desejos, nas suas próprias vontades e acabam por ferir seus próprios joelhos.

Ora se precipitam, ora se resguardam demais. Ora expõem seus sentimentos na hora errada, ora os guardam a sete chaves e querem que eles sejam lidos como se a outra pessoa tivesse uma bola de cristal. kkkkkkk

A diferença é que aprendi a conviver comigo e com esses sentimentos controversos. Aprendi a ser o inverso de mim mesma. A cuidar desses sentimentos como se eles fossem plantinhas a serem regadas todos os dias.

Aprendi também o tanto que é importante dizer eu te amo amo a quem eu amo. E o quanto é bom amar tudo e todas as coisas acima de qualquer coisa. Isso só me traz energias boas e me torna um ser mais leve e feliz. A maturidade traz isso de bom junto com as rugas e cabelos brancos. (Esses dois últimos não tão bons assim, mas inevitáveis kkkkkkk)

Enfim, "C'est la vie"

(texto by Silvia Faustino Linhares)

Foto by Raimundo Carvalho - edições: eu mesma








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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

01 NOV 2019 - Eu by Eu - Sou oito e ou sou oitenta

Original escrita na hora que acordei no dia 01/11/2019 e publicada no meu perfil do Facebook no mesmo dia

Eu by Eu - Sou oito e ou sou oitenta

Sou oito e ou sou oitenta...
Às vezes durona, outrora manteiga
Sou calma feito dia morno
Colorida e leve como uma flor
Mas me transformo em um verdadeiro forno,
A qualquer pequeno dissabor.
Queimo por dentro.
Atiro pedras até no vento.
Mas sempre volto a ser doce e suave como licor.
Falo pelos cotovelos.
Tem hora que nem eu me aguento.
Mas às vezes me calo, emudeço... Isso é raro...um tormento.
Às vezes sou saudades, às vezes total desapego. Puro desalento.
Ora quero você bem longe, ora te quero do meu jeito.
Assim vou indo, passando por essa vida, perdida em pensamentos...
Tentando seguir com leveza,
Entre dúvidas e incertezas,
Levada pela correnteza, porém sempre acreditando nos meus sentimentos!

E eles pedem um café agora kkkkkk 
bom dia pra vc que leu até aqui.
😂🌷🌞🌸😘🍃🧡

Texto: Silvia Faustino Linhares

 
Foto: by Raimundo Carvalho - feita no Tocantins em 11/08/2019




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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

19 OUT 2019 - O oceano e os paradoxos do amor

Original escrita durante navegação nos mares de Ilhabela no dia 19/10/2019
Publicada no meu perfil do Facebook no dia 24/10/2019

O oceano e os paradoxos do amor 

Olho pro mar, até aonde a vista alcança! Imenso, intenso, quase insano.
As palavras chegam à mente como as ondas, ora gentis, suaves, ora tropeçando.
Eu penso em ti.
E sei que tu pensas em mim quando eu penso em ti. E vice e versa.
É assim que nossas almas se conectam, numa dança meio perversa.
Quase um jogo de psicologia reversa.
Puxa-se conversa, se desconversa, se tergiversa...
Sem respostas a tantos porquês, os sentimentos permanecem ilhados...
Submersos, como meus versos.
Por isso às vezes me calo.
E quanto mais emudeço, melhor eu falo.
Contradições ilógicas... nem sempre sinérgicas,
porém sempre nostálgicas...
É assim... pulo feito criança ao menor sinal da sua presença,
Que na maior parte do tempo é ausência.
Sem sofrência.
Anverso e reverso.
Com o amor e seus paradoxos nada é definido, nem definitivo.
Apenas sugestivo...
Assim como o albatroz, descanso sobre as ondas ...
Sigo a intuição ... sem aflição...
Coisas da paixão, do coração...
Sem explicação.

(foto e texto by Silvia Faustino Linhares)

(foto feita durante navegação ao redor da Ilhabela/SP -  by Silvia Faustino Linhares)

Uma música pra finalizar a sua tarde com suavidade.
Ocean Eyes / Billie Eilish







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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

16 SET 2019 - Item em falta na prateleira da saudade

Original escrita e publicada no meu perfil do Facebook no dia 16/09/2019

 Item em falta na prateleira da saudade

Vinha eu agora pouco retornando a pé do supermercado pra casa e minha cabeça veio transbordando de pensamentos. E isso bagunçou meu coração.

De repente um sorriso nos meus lábios se desenhou e no segundo seguinte, uma lágrima rolou.

Eu havia ido comprar os últimos itens que faltavam pra poder fechar minha mala, tão meticulosamente arrumada, para a próxima grande viagem.

Coisa de virginiano, que cuida de cada detalhe e morre, se na hora faltar alguma coisa.

Mas vai faltar. O item que eu mais queria estar colocando na mala está em falta, e vai me fazer muita falta.

Eu queria poder levar um "pacotinho de amor". Daqueles que quando você abre, tem um olhar carinhoso, cheio de mistérios, um beijo ardente, um abraço terno, que te provoca vários sentimentos diferentes.

Mas cuidado, ao experimentar o seu conteúdo, você terá vontade de dançar, flutuar, planar no céu, voar até o infinito, pois ele te faz enxergar tudo mais bonito.

Mas a falta dele também prejudica, faz doer a alma, mata o brilho do seu olhar, te rouba a paz e te torna incapaz de sair até mesmo do lugar.

E...

Bora fechar a mala sem esse pacotinho e se preparar pra grande aventura que vai me encher de felicidade. Ele vai permanecer em falta, na prateleira da saudade.

Até que um dia... ( suspiro).

(foto e texto by Silvia Faustino Linhares)

Foto by Silvia Linhares - Lagoa da Confusão/TO

Termino essa com uma linda música da Marisa Monte
Tô com sintomas de saudade (A sua)


  





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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

28 AGO 2019 - Desejos de aniversário

 Publicado no meu perfil do Facebook em 28/08/2019



Desejos de aniversário. 🎂🎶👏🎁🎈🐦🐧

O que eu gostaria de ganhar de presente nesta data onde fecho mais um ciclo cósmico?
Algo que não pode ser amarrado com fitinha, embrulhado em papel colorido e muito menos colocado em uma caixinha. Algo que nem todo o dinheiro do mundo pode comprar.
Embora pareça fácil de ganhar e qualquer um poderia dá-lo, não é fácil encontrar.

Eu queria ganhar um beijo.

Não qualquer beijo, mas aquele que une duas almas.
Que entrelaça dois corações, fazendo aflorar as mais etéreas emoções.
Que alcança o mais profundo do seu ser, faz o joelho amolecer e o corpo estremecer.
Aquele que faz a turma das borboletinhas dançar e no tempo você querer voltar.
Que quando você se lembra dele, uma lágrima escapa do seu olhar e você se põe a suspirar.
Que aumenta sua pulsação e te faz palpitar o coração.
Daquele que irá ficar pra sempre guardado na caixinha de tesouros e nada nem ninguém conseguirá apagá-lo.

Mas eu queria que fosse hoje, no dia do meu dia.
E já que esse presente está fora de cogitação, que venham os passarinhos pra me alegrar o coração. E que eu possa sentir o carinho de todos os amigos durante essa celebração.

(texto by Silvia Faustino Linhares)

E para fechar deixo o link de uma linda música de um dos meus grupos preferidos:
The Cult - Painted On My Heart
(Com tradução)






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quarta-feira, 21 de agosto de 2019

21 AGO 2019 - O voo, a poesia e meus devaneios

Original escrita dia 21/08/2019 indo para São Gabriel da Cachoeira

O voo, a poesia e meus devaneios.

De tempos em tempos a gente precisa se perder um pouco da realidade e traduzir os sentimentos e os pensamentos em poemas, dando forma às emoções que transbordam dos nossos corações.

Os temas? Qualquer coisa que cause comoção, emoção, paixão. 

E principalmente saudades. Ah! As saudades! Saudades dos momentos levados, que jamais voltarão. Tudo arrastado pelo tempo, carregado pelo vento! 

O vento... Ele e seus desmandos e mandos! Molda, constrói, destrói, faz arte, brinca, revira os cabelos, perpassa as roupas, acaricia o corpo, te deixa esvoaçante. Te faz ficar delirante. Sem nenhuma razão, te afaga o rosto, te abraça, te arrepia. Te envolve, te faz um carinho como um par de mãos. E se bobear te derruba no chão.

Lá fora ele conduz o avião... Ora embala, ora demonstra sua força, ora balança, causando pressão. Pela janelinha eu só vejo o azul infinito e, às vezes, o branco de algodão... pura solidão ...


Mas meus olhos vão lá no fundo, e enxergam o verde... O verde do chão. O verde da esperança. O verde que acalenta o meu coração.



O verde que me remete ao "ver-te". O ver-te que me acalma. O ver-te que me enlouquece a alma. 

O ver-te que me conecta, me desconcerta, bagunça minhas emoções, faz lágrimas encherem meus olhos cansados, revelando minha incapacidade de viver sem paixão. 

Fecho meus olhos e te desenho na minha mente, todo sorridente. É meu jeito de lhe fazer flerte. Leve e inconsequente. Vejo cada detalhe do teu rosto em foco, como um clique bem feito. Com um longo suspiro, contorno teus lábios, acaricio teus olhos, teus cabelos e me ponho a te admirar. Eis que me ponho a devanear... Penso em como seria cada pedacinho da tua pele quente, o cheiro do teu corpo suado, o beijo sereno...então ... (suspiro) ...

Quisera desbravar o teu pensamento, entender teus sentimentos, sentir os seus tormentos, estar presente naquilo que te causa alento. Ser tuas vontades mais profundas. Seus desejos mais recônditos. Preencher sua boca com meus beijos, causar desassossego. Ser suas asas e te tirar do chão. Decorar com borboletinhas o teu coração.

Abro meus olhos! A comissária me olha nesse momento. Não deve estar conseguindo traduzir a expressão do meu rosto. Ela me sorri, devolvo um cordial sorriso, pensando como são as coisas. 

Ela mal sabe o turbilhão que se arrasta dentro do meu coração, mas que não interfere no trajeto desse avião. Desconhece o tanto que viajo por dentro, o tanto que estou feliz por poder, acordada, desenhar um momento. 

O avião balança um pouco. Tenso! Estamos descendo. Vejo um rio lá embaixo. Doces aventuras me aguardam. Falta pouco ... em breve o avião irá colocar suas rodas no chão, me tirando deste precipício. E eu? Quando será que conseguirei pousar minhas asas no teu coração?

(fotos e texto by Silvia Faustino Linhares)







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