segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Esses dias li algo do tipo: A trend do momento é criar seu personagem "Disney Pixar" com o Bing Image Creator.

E de repente vejo um monte de amigo postando um desenho bonitinho.
Não sabia o que era trend (pensei logo em coisa de mineiro - trendisso, trendaquilo. Nada disso.

Como sou curiosa fui logo no "Tio Gugo" que me respondeu assim: o termo significa "tendência" e dá nome aos conteúdos que atingem um pico de popularidade nas redes sociais por certo tempo.

Puxa, então tenho que fazer o meu personagem também e fazer parte desse trem, ops, trend, aí entrei no tal treco ontem antes de dormir. Parecia moleza, era só dizer como você acha que você é.

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Essa foi a parte mais difícil da coisa, definir como eu acho que sou. E pior, fazer a AI entender isso por meio de palavras. Para virginianos críticos consigo mesmo, isso é um suplício. Tão bom se alguém fizesse isso pela gente.
 
Mas lá pelas tantas, entrei e digitei algumas coisas, depois fui mudando, acrescentando, e cada hora vinha algo diferente. A AI me devolvia sempre umas bonequinhas bem lindas, que eu suspirava pensando que podia bem ser eu.
 
A AI é benevolente e não me deixou em nenhum momento lidar com minha imagem real como o espelho faz comigo todas as manhãs.

Foi assim que me descrevi: "imagem estilo Disney Pixar, mulher, fotógrafa de aves, com câmera e lente branca tele, XY anos , com boné, observadora de aves, olhos de cor castanho claro, cabelo castanho claro com luzes prateadas, pele clara, alta, magra, nariz arrebitado, lábios grossos, roupa camuflada, botas, floresta ao redor, aves, corujas, mulher sorridente".

Em um momento até escrevi Avistar Brasil. E vieram tantas opções que quando eu vi, tinha perdido um episódio inteirinho do meu seriado preferido na TV.

E Silvia sendo Silvia começou a viajar no pensamento. Qual o significado disso tudo? Quando comecei a ter pensamentos nebulosos, parei e disse: Silvia, para de inventar coisas, apenas brinque feito criança, como fazia com suas bonecas num determinado tempo da sua infância.

E para me distrair achei outro aplicativo mais louco ainda chamado Seaart. Fiz alguns novos avatares baseado em fotos minhas. Foi bem divertido.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

domingo, 28 de novembro de 2021

09 NOV 2021 - Balançando na vida adulta, como quando era criança!

Tem dia que algumas lembranças fazem você se emocionar,
E lagriminhas teimosas resolvem escorrer pelo rosto bem devagar...
É melhor parar tudo e transcrever esses fragmentos.
É o único jeito de conhecer melhor seus próprios sentimentos.

Jamacá das Araras - Chapada dos Guimarães/MT
Foto: arquivo pessoal Silvia Faustino Linhares

Quando eles chegam assim, como imagens confusas, imprecisas e desfocadas,
Geralmente revelam segredos de uma mulher apaixonada, um pouco desvairada ...  😀

domingo, 22 de agosto de 2021

22 AGO 2021 - Saudades! Quando ela aperta ...


Observação: me sentindo maravilhosa.
Como diz meu querido amigo e filósofo Victor Castanho:
"Estar maravilhosa é mera consequência de ser maravilhosa!"

#poemadodia

Casa, sol, janela, música romântica, que bela combinação ...
Perfeita para revirar a alma em busca de sentimentos escondidos no fundo do coração.
Para tudo, pega um café, abre o diário e registra...
Sempre começa assim. A saudade bate. 
Aperta o peito e espreme tudo ...  faz até perder a respiração.
 
Você é empurrada, é obrigada a olhar profundamente por dentro... 
... a explorar cada cantinho do pensamento...
Um filme passa e repassa mostrando um passado não tão passado, porém cheio de sentimentos.
O que a gente faz numa hora dessas? 
Pega outro café, abre a galeria, acessa fotos, se esparrama, derrama, faz drama...
Deixa uma lágrima enxerida descer... questiona a vida e seus porquês.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

15 ABR 2021 - As aves da minha janela

A pedido dos amigos integrantes do Bando Misto (Giulia D'Angelo, Luccas Longo e Milena Corbo) - 
@bandomisto_ eu compus um texto sobre as aves da minha janela.
(Texto e fotos: Silvia Faustino Linhares)

As aves da minha janela

Nem sempre ficar em casa é prazeroso.
Por vezes, como agora na pandemia, é bem doloroso.
Isso é fato! Que saudade de estar no mato!
De andar na floresta, de ver passarinhos.
De ganhar abraços e doces beijinhos!
Às vezes a solidão nos enlouquece.
Esquece, pensa nos passarinhos, que isso desaparece.


Mas cadê os passarinhos? Hummmm, tem um ali bem naquele galhinho.
Ali, naquela única árvore do jardim, bem pertinho de mim.
Aqui é prédio, 3º andar. Há uma quaresmeira e nelas as aves pousam para me visitar.
Ou seria para me Avistar?
Eu as vejo pela janela. São todas tagarelas, matusquelas ...

sábado, 12 de junho de 2021

12 JUN 2021 - Romeu e Julieta




Eu sempre quis ter um pacotinho de amor pra chamar de meu. Queria viver uma história de amor digna de ser contada por Shakespeare. 

Um dia eu encontrei esse pacotinho pelas estradas da Vida. Porém a Vida não nos deu oportunidade de ficarmos juntos. A Vida não é fácil. Ela nos provoca, nos põe à prova, depois um dia nos tira o chão. Então a gente enxuga as lágrimas, se esforça pra sorrir e segue em frente. Ela tem seus meandros inexplicáveis. Cria caminhos para atravessamos que são verdadeiros labirintos. Mas nos faz fortes para superar.

De nada adiantou eu desejar ser a deusa do seu amanhecer e te acordar com um café e um beijo. A Vida não quis que fosse assim. 

segunda-feira, 29 de março de 2021

29 MAR 2021 - Vinte percepções pandêmicas

Hoje, pouco mais de um ano depois da pandemia ter começado e do confinamento ou semi - confinamento ter se tornado algo normal na nossa vida, fiz um balanço e transcrevo aqui minhas percepções anotadas nos últimos tempos e o que mudou para mim. (E eu achando que seria temporário no sentido de durar algumas semanas apenas). Este texto foi montado a partir de fragmentos extraídos do meu Handy Diary (app). OBS: Vou adorar ler suas percepções nos comentários ao final. Mas boralá comigo:

1 - Engordei um pouco devido às guloseimas e proximidade com a Brastemp, a geladeira, que nunca ficou tão cheia como agora. Apesar disso, tenho feito os costumeiros exercícios com uma certa regularidade. Não o suficiente para manter o meu corpitcho dos 18, mas ...enfim ... vão se os anéis, ficam-se os dedos...😁😁😁

1 - Engordar ou não - eis o X da questão

2 - Todos os dias acordo cheia de preguiça, preguiça de levantar, de estudar, de malhar, de arrumar casa, menos de ficar com essa p&%#@ de celular na mão. 😁😂😃😄 mas como sou razoavelmente disciplinada, tento dar o meu melhor e superar essa "barreira" e fazer o que DEVE ser feito. Ou seja, o dever de casa

terça-feira, 23 de março de 2021

23 MAR 2021 - O pequeno pardal e uma história cheia de emoção

Dia 20/03 foi o Dia Mundial do Pardal - O World Sparrow Day foi criado pelo ornitólogo indiano Mohammed Dilawar e é celebrado desde 2010. O pardal (Passer domesticus) é um pássaro que pode ser encontrado em quase todo o mundo, mas o declínio de sua população é motivo de preocupação em alguns lugares. Além do pardal comum, existem outras 24 espécies de pardais, algumas das quais encontram-se ameaçadas.


O pardal tem sua origem no Oriente Médio, entretanto este pássaro começou a se dispersar pela Europa e Ásia, chegando na América por volta de 1850. Sua chegada ao Brasil foi por volta de 1903 (segundo registros históricos), quando o então prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, autorizou a soltura deste pássaro exótico proveniente de Portugal. Hoje, estas aves são encontradas em quase todos os países do mundo, o que as caracteriza como uma espécie cosmopolita. Essa ave tem se expandido pelo espaço rural e, em alguns casos, prejudicado a produtividade agrícola. Seu nome científico significa: do (latim) Passer = pardal; e domesticus = de casa, doméstico. ⇒ Pássaro doméstico, ave que habita as casas.
(Fonte: Wikiaves)

segunda-feira, 8 de março de 2021

08 MAR 2021 - 'Honjok' ou "tribos de uma só"

No dia 08/03/2020, um domingo, era minha última noite no PN Kruger na África do Sul. (se quiser saber mais acesse aqui). Eu estava em Letaba, um Rest Camp sensacional. Lugar lindo e encantador, onde ficava dia e noite em contato com passarinhos. Nesse dia à noite saí procurar corujas com o nosso guia. A lua me sorriu em todo seu esplendor, coroando nossa expedição, trazendo paz e muita felicidade ao meu coração. Sim eu estava em estado alfa, aquele estado que só o contato com a natureza pode nos proporcionar.

Letaba Camp - Kruger - África do Sul - arquivo pessoal Silvia Linhares


Mas sabia que dali a poucos dias estaria em casa novamente, só não sabia que o ano que tinha iniciado tão maravilhoso, começaria a entrar em colapso. Até agora ainda me sinto em um filme de ficção científica, bastante aterrorizante. 

Quando uma luz no fim do túnel enfim se mostrou, com a tão esperada vacina, ao invés de melhorar, vimos a coisa piorar e muito. A perspectiva de voltar ao normal foi pro espaço, sequer podemos falar em um novo normal. Porque nada do que está acontecendo é normal. O que venho assistindo nesses últimos 360 dias foi o aumento de problemas físicos e mentais na raça humana. Eu me incluo aí. 


Itaituba/PA - arquivo pessoal Silvia Linhares

Um horizonte permeado de dor e impotência foi tomando conta do meu ser. Notícias ruins para todos os lados. Muitos elos foram se quebrando. Crises de ansiedade começaram a aparecer. Medos que nunca tive antes, dores que no fundo sabia serem imaginárias, uma vez que chegaram e se foram do nada. Em alguns momentos descobri que podia ficar muito agressiva internamente e que isso fazia com que eu me sentisse muito mal. Eu precisava mergulhar no meu mais profundo eu e me resgatar, ainda que sozinha. 

 "Mas estar sozinho não é o mesmo que se sentir sozinho. A solidão pode ser vista como uma oportunidade de realmente estar com nós mesmos e de explorar onde encontramos sentido em nossas vidas." (Francie Healey) - Relacionar-se em tempos de pandemia ou fora dela sempre costuma trazer algum tipo de desgaste emocional e físico. Ficar sozinho nessas horas tem as suas vantagens.

Foi lendo uma matéria sobre a pandemia no site da BBC News que uma manchete me chamou a atenção: 'Honjok': o que podemos aprender com os sul-coreanos que defendem a solidão." O texto ressaltava que o isolamento imposto pela pandemia de coronavírus estava levando muitas pessoas a uma "epidemia da solidão".

Fui pesquisar mais e aí descobri que esse fenômeno da Coreia do Sul chamado de "honjok" significa algo como "tribos de um só"."Hon" significa estar sozinho e "jok" é uma tribo, então honjok significa "tribos de um só". São pessoas que fazem tudo sozinhas, mas que não se sentem sozinhas no sentido tradicional de solidão. Aproveitam seu próprio tempo e espaço para fazer o que gostam. 

Esse termo sul-coreano é aplicado a pessoas que voluntariamente realizam atividades sozinhas como comer fora, desfrutar de atividades de lazer, fazer compras ou viagens sozinhas, etc. É um conceito diferente do 'grupo casulo' onde prevalece o isolamento, o viver absolutamente sozinho. Não se trata de se isolar, mas de tomar as próprias decisões sem ter que depender de outrem. 

Às vezes não é fácil organizar o nosso tempo, vontades e disponibilidade com outras pessoas e fica mais fácil fazer planos sozinha. Não tem melhor do que desfrutar da liberdade da própria companhia, seja lendo metade do dia sentada em um café, passando horas num computador, ou andando uma manhã toda no mato atrás de passarinho.

Acho que o mais próximo de "honjok" na nossa língua é a palavra "Solitude", que é o estado de privacidade de uma pessoa, não significando, propriamente, estado de solidão.


Solitude · Black Sabbath

  
Eu era uma "Honjok" e não sabia. Pelo menos essa tem sido minha realidade nos últimos anos. Só nunca chamei isso de 'Honjok' ou "tribo de uma só". 

Desde que arrumei meu primeiro emprego e fui morar sozinha, fui aprendendo a tomar minhas próprias decisões, definindo os caminhos da minha vida, planejando o meu futuro. Acho que até mesmo durante os anos de casamento. 

Tive que ser forte mesmo quando me faltavam forças. Tive que superar barreiras que julgava intransponíveis. Precisei me entregar sem lamentos às emoções mais doídas. E confesso, nunca foi fácil. Com isso tornei-me uma pessoa bastante forte, determinada, porém extremamente controladora e difícil até para mim mesma.

Essa semana resolvi ter uma conversa séria com "a tribo de um só", no caso euzinha e esclarecer algumas coisinhas. Talvez meus pais, se estivessem ainda comigo, fizessem isso a moda deles, me oferecendo soluções que não consigo vislumbrar no momento. A decisão consciente de viver sozinha cobra seu preço, mas te mostra o quanto você pode ser forte e lutar, mesmo quando o inimigo está dentro de você: simplesmente é seu interior. 

E nessa pandemia, o mais difícil está sendo apaziguar os dois "serezinhos" que me habitam e travam uma eterna luta entre si. A emoção, em forma de coração, possui asinhas e se diz ser o meu anjinho. A razão, travestida de diabinho, domina meu cérebro e me tolhe de fazer as coisas que a emoção impulsiona.

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Um ano depois dessa pandemia sem data pra terminar, meu coração, aperreado que só, me disse em confidência, bem baixinho: pega o carro ou o passaporte e saí pro mundo ver passarinho. Aí o cérebro, travestido de razão, me lembrou: "pode não". Ele me cochichou aos ouvidos: "fica em casa quietinha que isso vai passar"! E o coração respondeu, com voz alterada e revoltada, mas você me disse isso no ano passado e a "bagaça" continua pior do que estava.

Pinterest

O cérebro então lembrou ao coração que ele mesmo disse que nem sempre as coisas acontecem como a gente gostaria. E os dois para por fim no conflito decidiram revirar os HD onde estão armazenadas as fotos, cavar informações no fundo do baú e começar a viajar dentro das memórias, transformando em palavras e posts no bloguinho de viagens, que avidamente aguarda por novidades, morrendo de saudades.

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Hoje cedo recebi um bilhete que dizia: "Chega de ficar com os pezinhos pra cima, com o celular pendurado nas mãos e mãos à obra, D. Silvia. Bora parar de resmungar e de ver fantasmas onde não existem. O mundo já se recuperou de coisas piores. A gente sai dessa, tenha fé, por favor. (assinado cérebro & coração)


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E por fim um som bem gostoso pra encerrar esse post

Baila Comigo Rita Lee

 

domingo, 28 de fevereiro de 2021

28 FEV 2021 - A casa sem janelas... (começo e fim ... e muitos enfins...)

Fechando o mês com um texto sobre a vida e seus muitos momentos.

04/02/2021 - Currais Novos - RN - foto de Silvia Faustino Linhares

Toda quinta-feira a Maria, minha amiga e ajudante, vem aqui para fazermos faxina.
Depois de um cafezinho, a gente arregaça as mangas e só descansa quando tudo termina.
Nesses últimos tempos, eu tenho feito um exercício de desapego.
Abro armário por armário, gaveta por gaveta, reorganizo tudo.
Desapego, doo ou jogo fora coisas sem serventia na minha vida.
A casa fica mais leve e a minha alma agradecida.

Minha cozinha - foto de Silvia Faustino Linhares

Aí hoje comecei a ouvir músicas e alguns sentimentos afloraram.
Os acordes atingiram o âmago do meu ser e transbordaram.
Percebi que precisava fazer uma faxina geral dentro do meu coração.
Tipo me desapegar daquilo que não deu certo ou foi só enrolação.

Que tal uma musiquinha romântica para relaxar um pouco (com duas versões, uma em inglês e outra com o grande rei em português, escolha a sua)

Damaris Carbaugh - Once Again (Outra Vez)

 

 Roberto Carlos - Outra Vez

Esbarrar com alguém que acenda a nossa alma é um acontecimento raro.
E quando isso acontece, a gente termina por se apegar.
Mas nem sempre as coisas acontecem como a gente gostaria.
Porque por mais que a vida nos dê asas, muitas vezes as circunstâncias nos impedem de voar.

domingo, 10 de janeiro de 2021

10 JAN 2021 - A quaresmeira do meu jardim


"03/01/99 11:30h
Minha motivação básica para 1999: Ser feliz (sonhadora) e estar em paz (pacifista).
Meus desafios para 1999: Aceitar a dor e o sofrimento como partes naturais da vida; desenvolver a força de vontade para não parar diante do primeiro obstáculo; cultivar a atenção e o amor incondicional; enfrentar o caos com serenidade; cultivar a fé nas pessoas e, acima de qualquer coisa, fazer tudo aquilo que eu tiver vontade... "

O que? 1999? Sim, achei esse texto aqui impresso e resolvi transcrever esse trechinho dele. Estava entre os muitos e-mails que imprimi e guardei numa caixinha velha. Porque nesse confinamento está sobrando muito tempo para abrir as caixinhas, rever seu conteúdo e jogar fora as coisas que não tem mais nenhum valor ou significado especial. A mesma coisa que ando fazendo com o meu coração.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

30 DEZ 2020 - Reflexão de fim de ano

Fim de ano... como sempre, costumo fazer uma reflexão, não que eu não reflita todos os dias, mas gosto de finalizar o ano com um pouco dos meus pensamentos transformados em palavras.

All rights reserved. 

Finalmente chegamos ao fim de *2020*, um ano que parecia que ia ser tão bonito, tão cheio de magia, de acontecimentos, amores e aventuras, mas que de uma forma não esperada, nem tampouco desejada, transformou-se num ano cheio de tragédias e pesadelos.

Em março, após realizar a viagem dos meus sonhos, chego em casa e sou surpreendida com a triste notícia da pandemia. Desde então, passei parte do meu tempo trancada nesse apartamento, com uma escapadinha ou outra para não surtar... Se um pouco antes me falassem que isso ia acontecer, teria rido e achado surreal.

Eu vou lembrar sempre deste ano como um ano de perdas. Para alguns perdas insuperáveis, irreparáveis, para outros, perdas de menor tamanho, mas sempre perdas. Por vezes o que mais me doeu foi perder a fé no ser humano e em alguns momentos até a própria vontade de viver nesse planeta.

Mas cá entre nós, eu sempre fui uma sujeitinha estranha. Na maior parte do tempo tento ser empática, sensível ao sentimento do outro, bem humorada, verdadeira, mas sinto que não me encaixo muito bem nesse mundo de aparências, de fachadas, de máscaras... Mas tive que me adaptar, e olha que não foi só um modelo de máscara que experimentei. 

* Sobre máscaras: a maioria ganhei ou adquiri, fosse para ajudar a renda de um grupo de costureiras, ou para tentar ficar mais protegida e confortável. A maior aquisição foi a transparente, que me permite sorrir e usar batom. (coisas que mulheres entenderão) kkkkkk

vários modelos, cores e formatos

máscara e batom combinando 

Enfim, pelo menos na solidão da minha casa, não tenho que usar máscara de nenhum tipo. Ah! Antes que me perguntem, eu não tenho nem nunca tive medo da solidão. Algumas vezes eu até gosto muito dela. Sou daquelas que fala pelos cotovelos, mas que convive bem sozinha com o próprio mundo interior. Com certeza isso evita muitos dissabores e decepções. Mesmo assim, adoro gente, gente de alma boa, de energia pra cima, que gosta de passear, de prosear, de rir solto, tomar café, de uma geladinha ... Enfim, gosto de gente que gosta de mim, do jeito que eu sou, porque eu nunca fui um ser comum. Nem meu ambiente é. Minha casa é meu santuário e a natureza meu templo. Eu sou o que sou e pronto. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

11 DEZ 2020 - Um Bilhete Com Asas

Hoje o texto não foi feito por mim, mas foi feito para mim! E por uma pessoa muito especial e querida: Nelson Barros.

Tomei a liberdade de buscar uma foto na web de um chão forrado de flores de jambeiro "fúcsia". Mas um dia, na próxima florada do jambeiro do Casa dos Meninos Passarinhos, estarei lá para registrar in loco e substituir essa. 

Flores de jambeiro (Syzygium jambos) caídas sobre o chão, formando um grande manto cor-de-rosa
autor: Luan Faitanin Volpato (Wikimedia Commons)

Nelson é um amigo virtual e meu escritor preferido, parece que ele escreve com palavras que habitam a minha mente e o meu coração. Seus textos me fazem viajar voando pelo mundo, sem tirar os pés do chão. As cenas que ele tão bem descreve desfilam pelos meus olhos fechados como num sonho. 

Pura delícia poder virar a manhã dessa sexta-feira lendo este "bilhete" dele postado pra mim quase na hora do almoço. A "manteiga" aqui escorreu pelo chão... derreti inteira. 

Um dia essa casa dos "Meninos Passarinhos" irá receber essa passarinheira aqui. Irei pendurar um quadro de uma das minhas fotos preferidas de passarinhos em suas paredes. Essa amizade que nasceu na web irá um dia nos permitir sentar na varanda e comemorar muito, com muitos abraços, carinho, cerveja geladinha e muita conversa boa e boba, jogada fora. 🐤🐣🐥

Algumas fotos gentilmente enviadas pelo Nelson para compor este post, mostrando a casa na praia do Sagi no Rio Grande do Norte.

O Sagi é aqui (foto by Nelson Barros)

Mas chega de blá-blá-blá e vamos ao texto do Nelson:

Um Bilhete Com Asas (por Nelson Barros)

"Menina passarinho,
Faz tempo que eu queria te contar essa história.
Quando a gente decidiu construir a casinha do Sagi, eu tinha visto um filme, muito bom por sinal, que se passava no México e onde as casas tinham nomes, ao invés de números.
Era sobre Frida Kahlo e o nome da casa era “La Casa Azul”, que foi onde nasceu e morreu e que hoje funciona como museu.
Bonito, não ?

sábado, 10 de outubro de 2020

10 OUT 2020 - O Coração e os Passarinhos

Eu cheguei à conclusão que os Sentimentos não sabem brincar. Tenho impressão que alguns deles existem apenas para bagunçar o Coração da gente. Foi pensando nisso que eu escrevi estas linhas.


O dia que meu Coração parou de te chamar de Amor.

Um belo dia o meu Coração estava quietinho no seu canto, e do nada, como por encanto, um outro Coração o fez bater mais forte e acabou por enchê-lo de Esperança. Logo em seguida, a Expectativa chegou e em parceria com a Esperança, trouxe ao Coração um punhado de Sonhos e o deixou Feliz feito uma criança. O Coração entrou em compasso de espera, contando as horas que faltavam para que seus doces Sonhos em Realidade se transformasse.

Porém a Realidade, super amiguinha da Dor e da Decepção, sem nenhuma piedade, abriu espaço para a Tristeza e a Frustração. E juntas combinaram destruir os Sonhos do Coração. A Expectativa e a Esperança, impotentes, levaram os Sonhos para longe. Com a partida deles, o Amor e a Fantasia, que tinham brotado no Coração, se viram à mercê da Realidade e desapareceram de vista pela infinita estrada da vida. A Paz seguiu logo atrás, deixando a Amargura e a Solidão fazendo companhia ao Coração. Aí este, cabisbaixo, se encolheu e silenciou, pondo fim aos seus Suspiros e Inspiração. Sobrou apenas a Resignação.

domingo, 27 de setembro de 2020

27 SET 2020 - Reflexões durante a Primavera: Nem tudo são flores...

27 SET 2020 - Reflexões durante a Primavera: Nem tudo são flores...
... mas flores são sempre flores ...



De repente você chega numa fase da sua vida e começa a se dar conta de um monte de coisa. Primeiro, que as mudanças são a única constante dessa equação chamada vida. E muitas mudanças impensáveis chegam sem aviso, como essa pandemia. A outra constante dessa equação é que a vida, por mais bem planejada, pensada, nunca é do jeito que a gente queria ou esperava. Com o passar dos anos fica cada vez mais difícil permanecermos intactos. Mas eu penso que o Universo sabe o que faz. Às vezes é impossível compreender os acontecimentos, mas não acredito muito no acaso. O Universo tem suas próprias leis. Sempre acreditei que há um tempo certo pra tudo, e muito jogo pra ser jogado ainda. A consciência da vida passar rápido faz a gente pensar e repensar o que fomos, somos ou seremos. 

Toquei grandes projetos na minha vida profissional, superei milhares de obstáculos, passei muitas vezes por cima de mim mesma, deixando até minhas necessidades de lado. Isto não me tornou melhor nem pior que ninguém. Participei de batalhas que me testaram ao limite, mas no final todas só me fortaleceram. Repito, nunca fui nem serei melhor do que ninguém, apenas busquei e busco me superar. Hoje eu sei me virar muito bem, mas se eu disser que não preciso de ninguém é mentira. Sabe aquele carinho, aquele dengo, aquele colo, que a gente recebia dos pais na infância, isso faz muita falta. Sou carência pura. Engraçado alguém totalmente independente dizer isso, né? Simples assim: eu preciso muito mais do carinho e atenção dos amigos do que consigo admitir.

Ainda assim, apesar de todos os percalços e obstáculos que me foram impostos até hoje, eu sempre consegui dar a volta por cima e encontrar o que eu mais busquei todos esses anos: paz e tranquilidade... Uma paz de espírito de fazer inveja. Mas tem horas que essa paz de espírito vira espírito de porco e insiste em procurar respostas para questões complexas, controversas e retroflexas. Paro e me pergunto: será que aquilo que eu busco está me buscando também?

terça-feira, 22 de setembro de 2020

22 SET 2020 - A magia da noite


São 3.29h. Acordo no meio da madrugada. O sono me diz: vou ali e já volto. Uma quietude lânguida toma conta do meu corpo. Ouço o sabiá cantar. Se não fossem os compromissos do dia que se anuncia, sequer tornaria a fechar os olhos para dormir novamente.

A noite tem uma coisa mágica, um som silencioso que me acalma. É como estar no mato, atrás de passarinho.

Abro um tênue sorriso, doce e sem pretensões. Respiro... suspiro, bem fundo, sem ressentimentos. Vêm à tona centenas de sentimentos. São difusos, confusos, ambíguos...

Um torpor toma conta da minha mente. Um misto de frio e calor arrepia meu corpo. Preferia um arrepio na pele, daqueles que anunciam o enrosco de corpos ardentes.

Ouço um nada vindo da rua. Nenhum carro passa, sequer ao longe. Um silêncio estranho, que traz alucinação, que se mistura com alheação.

Um misto de emoções. De fim e recomeço. Um num sei o quê e nem sei pra quê. Um deixa pra lá. Eu juro que não sei mais o que achava que sabia. Deliro...

Já não há expectativa. Sem o calor de uma paixão, sobra apenas o silêncio da solidão.

O sabiá é insistente, canta bonito, mas repetitivo. Minha única companhia nessa madrugada solitária é ele. É o prenúncio da primavera. Talvez de uma nova era.

Espera! Chega de pensar. O jeito é fechar os olhos de novo, cair nos braços de Morfeu e por sonhos deslizar.

Boa noite sabiá. Até daqui a pouco. Por favor combine com a corruíra que horas irão me acordar.

Fui ...

(Foto e texto: Silvia Faustino Linhares) 

Kiss Me - Ed Sheeran


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sábado, 29 de agosto de 2020

29 SET 2020 Considerações após o meu dia de aniversário

29 SET 2020 Considerações após o meu dia de aniversário ontem (28/08) 🎈🎂🎈



1 - Percebi que por dentro ainda sou uma menina boboca, embora meu exterior já esteja carimbado pelas linhas da vida. 

2 - Percebi também o tempo passando cada vez mais rápido, mas agradeci por eu ainda ter mobilidade, sanidade e saúde pra fazer as coisas que gosto.

3 - Senti que sou amada, admirada e lembrada pelos amigos e familiares, embora o Facebook tenha tido um papel crucial nessas lembranças. 😂😂😂😂

4 - Não nego que me emocionei com cada ligação, cada palavra de carinho, cada felicitação que recebi. Parece besteira, só que não. 😍😍😍

5 - Achei chique e delicadamente carinhoso responder os cumprimentos um a um. Passei o dia fazendo isso, morrendo de medo de pular alguém e a pessoa ficar triste e magoada por isso. Se fiz isso, mil perdões desde já.

6 - Melhor ainda foi conversar um tempão com minha amiga de mais de 30 anos e esclarecer porque nos afastamos nos últimos tempos. A alma ficou em festa e o coração reluzente. ⚡⭐🌟

7 - Receber ligações do irmão, de amigos e dos crushs não tem preço. Faz você ficar nas alturas. Flutuei. kkkkkk A alma foi parar em Marte. 

8 - Privilégio mesmo é poder fazer planos pro futuro e ter escolhas, seja pra daqui 5 minutos, 1 dia, 1 semana, 1 mês,1 ano, 2, 3, 10. É a parte que mais gosto da vida.

9 - Adorei a ideia de pensar que sou o Rouxinol do Imperador, versão do meu amigo Nelson Barros. Isso me faz esticar as asinhas e pensar nas histórias que vou traçar pro meu futuro.🐦 (Veja link aqui).

10 - Como é bom poder me olhar no espelho e dizer: mulher, você é foda. Vamos lá Silvia, continue em frente, abra seu melhor sorriso e saia por aí (mesmo de máscara e sem batom), olhe pra frente, seque as lágrimas, embrulhe as tristezas, e mande entregar na pqp por delivery. 

11 - Resta aguardar o "trem da alegria", embarcar nele e viajar até não poder mais. 361 dias por ano. Só pararei nas mudanças de estação pra trocar de mala.

12 - Alegria tem nome? Tem! Talvez ChAdOx1, BNT162b2 ou outra qualquer. Espero que vc saiba o que são essas siglas.💉

13 - Por fim, obrigadão a cada um que fez questão de deixar uma mensagem, me ligou, ou deixou uma simples figurinha. Isso tornou o dia de ontem absurdamente incrível. Amo todos vocês. ❤❤❤❤

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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

 Considerações após o meu dia de aniversário (28/08)


1 - Percebi que por dentro ainda sou uma menina boboca, embora meu exterior já esteja carimbado pelas linhas da vida.

2 - Percebi também o tempo passando cada vez mais rápido, mas agradeci por eu ainda ter mobilidade, sanidade e saúde pra fazer as coisas que gosto.
3 - Senti que sou amada, admirada e lembrada pelos amigos e familiares, embora o Facebook tenha tido um papel crucial nessas lembranças.

4 - Não nego que me emocionei com cada ligação, cada palavra de carinho, cada felicitação que recebi. Parece besteira, só que não.
 
5 - Achei chique e delicadamente carinhoso responder os cumprimentos um a um. Passei o dia fazendo isso, morrendo de medo de pular alguém e a pessoa ficar triste e magoada por isso. se fiz isso, mil perdões desde já.
 
6 - Melhor ainda foi conversar um tempão com minha amiga de mais de 30 anos e esclarecer porque nos afastamos nos últimos tempos. A alma ficou em festa e o coração reluzente.

7 - Receber ligações do irmão, de amigos e dos crushs não tem preço. Faz você ficar nas alturas. Flutuei. kkkkkk A alma foi parar em Marte.

8 - Privilégio mesmo é poder fazer planos pro futuro e ter escolhas, seja pra daqui 5 minutos, 1 dia, 1 semana, 1 mês,1 ano, 2, 3, 10. É a parte que mais gosto da vida.

9 - Adorei a ideia de pensar que sou o Rouxinol do Imperador, versão do meu amigo Nelson Barros. Isso me faz esticar as asinhas e pensar nas histórias que vou traçar pro meu futuro. 

10 - Como é bom poder me olhar no espelho e dizer: mulher, você é foda. Vamos lá Silvia, continue em frente, abra seu melhor sorriso e saia por aí (mesmo de máscara e sem batom), olhe pra frente, seque as lágrimas, embrulhe as tristezas, e mande entregar na pqp por delivery.
 
11 - Resta aguardar o "trem da alegria", embarcar nele e viajar até não poder mais. 361 dias por ano. Só pararei nas mudanças de estação pra trocar de mala.
12 - Alegria tem nome? Tem! Talvez ChAdOx1, BNT162b2 ou outra qualquer. Espero que vc saiba o que são essas siglas.

13 - Por fim, obrigadão a cada um que fez questão de deixar uma mensagem, me ligou, ou deixou uma simples figurinha. Isso tornou o dia de ontem absurdamente incrível. Amo todos vocês.