segunda-feira, 29 de março de 2021

29 MAR 2021 - Vinte percepções pandêmicas

Hoje, pouco mais de um ano depois da pandemia ter começado e do confinamento ou semi - confinamento ter se tornado algo normal na nossa vida, fiz um balanço e transcrevo aqui minhas percepções anotadas nos últimos tempos e o que mudou para mim. (E eu achando que seria temporário no sentido de durar algumas semanas apenas). Este texto foi montado a partir de fragmentos extraídos do meu Handy Diary (app). OBS: Vou adorar ler suas percepções nos comentários ao final. Mas boralá comigo:

1 - Engordei um pouco devido às guloseimas e proximidade com a Brastemp, a geladeira, que nunca ficou tão cheia como agora. Apesar disso, tenho feito os costumeiros exercícios com uma certa regularidade. Não o suficiente para manter o meu corpitcho dos 18, mas ...enfim ... vão se os anéis, ficam-se os dedos...😁😁😁

1 - Engordar ou não - eis o X da questão

2 - Todos os dias acordo cheia de preguiça, preguiça de levantar, de estudar, de malhar, de arrumar casa, menos de ficar com essa p&%#@ de celular na mão. 😁😂😃😄 mas como sou razoavelmente disciplinada, tento dar o meu melhor e superar essa "barreira" e fazer o que DEVE ser feito. Ou seja, o dever de casa

Café ajuda! O bom dia dos amigos também!

2 - Celular - o pior vício de todos

3 - Tenho organizado e tratado fotos antigas bem como atualizado minhas listas no eBird e as postagens de fotos no Wikiaves. Escrever no bloguinho de viagens é mais difícil, porque tem que estar MUITO (e bota muito aí) inspirada, mas espero ir atualizando as viagens passadas aos poucos.

3 - Trabalhar com passarinhos - a melhor coisa do mundo

4 - Apesar de eu adorar a cor roxa, eu gosto dela nas minhas roupas e não no meu corpo. As portas dos armários e maçanetas aqui em casa parecem sentir prazer em me agarrar quando passo por elas. Adoram me ouvir xingar e deixar marquinhas roxas pelo meu corpo, hoje tenho 50 tons de roxo espalhados pelo esqueleto. As quinas, então nem se fala. Parecem que escolhem a dedo, ou melhor, o dedo. Que falta de delicadeza!!! Mas tem pior, a frigideira, invejosa dos congelados, quando resolvo fritar um ovo, adora brincar de espirrar óleo em mim e queimar minha pele. Já não bastasse a coleção de roxinhos, agora acumulei uns marronzinhos também.

4 - 50 Tons de roxos e marrons

5 - O pior são as dores que aparecem, cheguei à conclusão que a maioria é criada pelo meu cérebro que parece atuar em paralelo comigo. Elas chegam e desaparecem misteriosamente. Exceto as de amor... estas não somem nunca, mas têm sido mais suaves, trazem dentro delas apenas saudades de beijos e afagos que guardo no coração.

5- Dores: o que é verdade, o que é impressão

6 - Meu cérebro me culpa pelas dores que surgem aqui e acolá. Acho que este ano eu o tirei de sua zona de conforto. Não fiz os exames de rotina o que, no meu caso, é um pouco temeroso, por causa da cardiopatia que habita meu velho e apaixonado coraçãozinho. Meu médico, após verificar in loco que está tudo bem comigo, me orientou esperar um tempo. Os laboratórios estão sobrecarregados demais. Mas me cuido como posso. Até salada ( argh ) eu tenho comido de montão.
 
6 - Ah! Coração, aguenta firme - falta pouco...

7 - Ficar em casa sem tomar sol por um tempo longo me fez pagar um preço alto. A ausência de vitamina D deixou sequelas no meu corpo e organismo. Ainda bem que "acordei" a tempo. Hoje tomo sol no chão da sala, pelo menos 15 minutos. Detalhe: sem roupa para não ficar marcas kkkkkkkkk mas não há "janelas indiscretas" por perto não, aqui somos apenas eu e eu mesma.

7 - Não esqueça de tomar pelo menos 15 minutos de sol por dia

8 - Tem hora que me sinto participando de um episódio da série Largados e Pelados (Discovery). Às vezes largada, às vezes pelada. O bom é que não estou passando as agruras dos participantes, pois fico só "dendicasa", no meu confortável lar e não preciso comer insetos, cobras e lagartos, dormir no chão, passar fome, frio ou tomar chuva.

8 - Largada e pelada kkkkkkkkkkkkkkkkk

9 - Largada e Desarrumada, esse é o último episódio da minha atual temporada. Já não sei mais o que é me arrumar, usar maquiagem, sapato de salto, namorar então, afff 😁😂😃😄😅 Ops! mas isso eu já não fazia antes da pandemia, então não mudou nada...😁😂😃😄😅

9 - Largada e desarrumada kkkkkkkkk

10 - Mas o cabelo eu cortei, bem mais curto do que sempre usei. Quem reclama é o Taiff, meu secador. Eu nem sei se ele funciona mais, pois atualmente nada de escovinhas ou modelagem. Lavo os cabelitos e seco ao natural com o vento das janelas. Tão mais prático!

10 - Secar cabelo? Só ao sabor do vento, sem lenço e sem documento.

11 -Depilação nem pensar. 😁😁😁😁😁😁 Antes que pensem que virei uma macaca, os poucos pelos que sobraram da grande devastação que sofreram há tempos atrás (leia-se depilação a laser) agora crescem em total liberdade, e ficarão assim até eu me cansar deles. Já as unhas são podadas todas as semanas. Elas são perigosas, às vezes têm vontade própria, como unhar gente sem máscara na rua, dá o maior trabalho contê-las, por isso melhor mantê-las curtinhas. Cuidado ao me encontrar pelas ruas. Esteja de máscara, por favor. 

11 - Use máscara - por favor, por favor, por favor

12 - Meus perfumes, que sempre resmungaram sobre a penteadeira por se acharem inúteis e jamais viajarem comigo (até porque perfume e insetos não combinam) agora ajudam a me manter cheirosa e desestressada o dia todo. Eu testo meu olfato todos os dias borrifando cada dia um perfume diferente. (dizem que a ausência do olfato é um dos primeiros sintomas a surgir na hipótese de contrair covid-19

12 - o doce aroma dos perfumes ...

13 - Não queria entrar nesse assunto, mas o que mais me marcou nessa pandemia foram as notícias de partidas de amigos, conhecidos ou de seus familiares, por conta desse maligno vírus. Uma enxurrada de tristezas. Dá uma sensação enorme de impotência e muito aperto no peito cada vez que leio sobre a partida de alguém.

13 - Sem comentários

14 - E o pior é assistir tudo isso dentro de uma falência total do meu país, tanto econômico como político. Como eu queria morar na Islândia, primeiro país a controlar a pandemia. Pena que a gente não tem catástrofes como lá (erupção vulcânica, terremotos e avalanches), talvez já soubéssemos como administrar crises. Mas aqui só se entende de carnaval e futebol e "levar vantagem em tudo". Não estamos acostumados a lidar com desastres, embora o país, na minha visão, seja um desastre administrativo desde que foi descoberto. (Ref.: Covid-19: como a Islândia se tornou o primeiro país europeu a controlar o coronavírus). 

Ver comentários absurdos em postagens sérias sobre a covid-19 me faz sentir lendo um livro de terror. Não gosto nem de pensar que me dá ânsia de vômito saber que moro num país onde o óbvio não é tão óbvio e há mais pessoas sem a mínima visão do óbvio do que eu supunha (aqui não se trata de opinião tipo escolher entre uma cor ou outra, é sobre viver e morrer).

14 - Sem comentários

15 ‐ E eu que achava que vacina pra covid-19 ia ser "pá-bum" e resolver todos os problemas do mundo, num piscar de olhos, só que não. Além do tempo que demora pra se criar e produzir uma vacina, viver num país como o nosso, tão desorganizado, complica tudo (dispenso comentários políticos sobre o assunto). Torcendo pra chegar minha vez de vacinar logo. O mundo me aguarda. Ando morrendo de vontade de ir ao Pantanal e não vejo hora de virar uma linda jacaré. Vai que tem um jacarezão lá me esperando, né JEANNE?

15 - Ah! Pantanal, me aguarde que eu chego aí

16 ‐ Fiquei trancadinha por um bom tempo no início da pandemia em 2020, quase enlouquecendo dentro de casa. E um viva para as lives do Avistar que me ajudaram (ajudam ainda) a ficar "de boa". No meio do ano passado, comecei a sair de vez em quando, sempre com todos os cuidados. Passarinhei algumas vezes, o que me fez muito bem. Hoje, com a piora da pandemia, não só por medo da Covid-19, mas de acidentes, etc e não poder contar com pronto socorro (que nunca foi excelência no Brasil) pra me atender prontamente, tenho ficado quietinha em casa, vendo o mundo pelas janelas (de casa e do computador/celular).
 
16 - Lives Avistar conectando todo mundo, até quem não é observador de aves.

17 - Ouço música o tempo todo. Isso alivia o peso no meu cérebro. Leio muito também. No começo fiz muitas compras pela internet, mais do que já fazia antes. Confesso que, devido à crescente ansiedade fui muito consumista no começo, depois me controlei e fugi das incontáveis promoções arrasadoras, nem sempre tão arrasadoras, a não ser para o bolso da gente. 😂😂😂😂😂

17 - Melhor dançar do que gastar

18 - O que mais me incomoda é não poder fazer planejamento para o meu futuro. Planejar é o meu forte, passei anos trabalhando como Gerente de Planejamento e Projetos e é algo que adoro fazer. Inventar e planejar viagens sempre foi um grande prazer para mim e não poder fazer isso é um tormento. Mas como sei que tem coisa pior, então eu tento sempre permanecer o mais leve e tranquila que posso. Ver meus sonhos de conhecer o mundo adiados sine die é fogo, pra não dizer palavrão. Mesmo assim, diante do quadro atual, dou graças por acordar viva todos os dias.

18 - Viajar faz a alma evoluir. 

19 - Essa pandemia me trouxe muita solidão (<-leia + aqui), mas me possibilitou revisar valores da minha vida. Resolvi que tinha que reagir ProativaMente. Sempre disse pra mim que a vida se resume a presentes e/ou lições. Mesmo nesses tempos amargos, tenho tentado aprender, rever conceitos e preconceitos. Estamos no outono, época de troca das folhas, de modificar características para suportar o inverno. E eu no outono da minha vida. É uma fase que a gente costuma fazer muita limpeza interna. Desde abandonar frescuras, intolerâncias, até criar novos hábitos. As coisas mudam de importância. São nossas melhores escolhas que prevalecem e eu resolvi ter um encontro sério com o meu eu mais profundo para limpar e reorganizar a mente e tornar a minha alma mais leve.

19 - O outono e a troca de folhas

20 - Nessas horas difíceis, você consegue sentir quem são os verdadeiros amigos, sejam reais ou virtuais. Sejam aqueles que a gente conhece pessoalmente, ou os que só pelas redes sociais. Eu ainda quero abraçar todos eles assim que a pandemia for declarada finalizada. Hoje, tento estar presente na vida de alguns, mesmo de forma online. Uma hora é você que dá a mão a alguém em dificuldade emocional, outra hora é você quem recebe a mão que te acalma o coração e a mente. De qualquer forma, mãos unidas jamais serão vencidas. 

O bom mesmo seriam os abraços que poderiam ser trocados nessas horas e hoje têm que ser suprimidos. Acho que vou comprar uma cadeira massagista, que abraça a gente, pois é o que mais sinto falta no momento. Abraços, afagos, toques e muitos beijos. Não vejo a hora de voltar poder participar de aglomerações prazerosas, encontrar com amigos queridos, de conhecer gente nova, de abraçar, enfim, de confraternizar, e, óbvio, de sair pra ver passarinho.

20 - Abraços!!! Como fazem falta ... ❤❤❤❤❤

Por  hoje termino essa. 

E fica aqui no final três versões da maravilhosa canção Gracias a La Vida Gracias 👇👄
Gracias a la vida, que me ha dado tanto (Obrigada à vida que me tem dado tanto)
 
Mercedes Sosa - Gracias A La Vida

 

Dom La Nena - Gracias a la Vida



Voces unidas por Chile - Gracias a la vida

Um comentário:

  1. Maravilhoso relato sobre o caos que estamos vivenciando nesse momento. Boa parte de nós, estamos passando por essas mesmas agruras, resta termos força, coragem e disposição de enfrentá-las nos reinventando, e é isso que vc nos coloca, mensagens de esperança e fé, e que tudo isso irá passar e de saldo é que sairemos melhor, mais forte, mais humano, mais caridoso uns com os outros, assim espero!!! Obrigado por compartilhar dessa sua vivência. Grande abraço minha querida amiga. Dulcimar manda um beijo e Zeus uma lambida carinhosa.

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