domingo, 28 de novembro de 2021

09 NOV 2021 - Balançando na vida adulta, como quando era criança!

Tem dia que algumas lembranças fazem você se emocionar,
E lagriminhas teimosas resolvem escorrer pelo rosto bem devagar...
É melhor parar tudo e transcrever esses fragmentos.
É o único jeito de conhecer melhor seus próprios sentimentos.

Jamacá das Araras - Chapada dos Guimarães/MT
Foto: arquivo pessoal Silvia Faustino Linhares

Quando eles chegam assim, como imagens confusas, imprecisas e desfocadas,
Geralmente revelam segredos de uma mulher apaixonada, um pouco desvairada ...  😀

Foto: Rio São Lourenço/MT - Arquivo pessoal Silvia Faustino Linhares

Mas vamos às lembranças.

Há poucos dias, lembro de olhar por uma janela.
Era da casa da minha amiga Jeanne.
Via e ouvia o vento e a chuva caindo forte lá fora.

O cheiro de terra molhada me fazia suspirar de prazer.
Olhei para o verde, que enfeitava aquele quadro,
Estava ainda mais verde, sorvendo as gotas de chuva com avidez.
Com a mesma avidez que a minha imaginação devaneava, cheia de "talvez". 

Ao gosto deste mesmo vento, um bambão* ondulava de um lado pro outro,
Tal qual minha interminável reflexão.
Naquele momento deu vontade de esquecer quem eu era,
Soltar minhas amarras, minhas feras... 
Correr pela chuva e ir o mais alto que eu conseguisse me impulsionar.
Me soltar... 
Sim, precisava me soltar, para então dos teus beijos e abraços me fartar...
E somente quando na lua chegasse, faria meu corpo parar.

(*banco suspenso a uma armação por correntes ou cordas, para balançar)


Foto: arquivo pessoal Silvia Faustino Linhares

Fecho os meus olhos e suspiro. Sonho. Respiro... Transpiro... Transpareço...
Transpasso...passo... 
Lembro dos teus passos... do teu jeito de olhar, de sorrir, de encantar,
Sua doce voz, falando de liberdade, de paz, de igualdade,
de ser e estar ali onde estávamos.
Sim, eu estava aonde queria estar, mas não era mais quem eu tinha sido.  

Sentimento involuntário. Feitiço!? Magia!?

Abro os olhos, o dia já vai amanhecer.
Ouço o sabiá na janela. Um bem-te-vi grita ao longe.
O canto do sanhaço e da cambacica faz coro aos dois.
Já não estou onde queria estar. Já não sou mais quem eu queria ser.
Mas ainda sou eu, plena, insana, suburbana, "pessoinha" bacana.
Aqui é meu mundo real. Minha casa, meu chão e onde pulsa meu coração.

E são essas lindas recordações que a minha memória me traz.
Que ajudam a curar os sofrimentos que ameaçam a minha paz.

Nessa existência, muitas estradas são cruzadas, muitas vidas entrecortadas.

Enquanto o presente vira passado, a vida segue do jeito que tem que ser.
Tudo torna-se um aprendizado, ensinando-nos outro jeito de viver.

E segue o destino, em ritmo manso, ... remanso, como um rio no seu descanso.

Foto: Corixo Negro/Poconé - MT -
Arquivo pessoal Silvia Faustino Linhares

Enfim, é assim.  

No balanço da vida seguimos, deixamos a criança ir, crescemos, amadurecemos. A vida segue, porém o balanço permanece, eterno, pra lá e pra cá. Pra cá e pra lá. 

Jamacá das Araras - Chapada dos Guimarães/MT
Foto: arquivo pessoal Silvia Faustino Linhares

E para realmente finalizar duas músicas lindas que falam direto com o coração.

Obs: texto feito para uma pessoa muito especial.

Coloratura - Coldplay


Almir Sater - Tocando Em Frente

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